Mulheres na Matemática

As meninas ainda são minoria nos cursos de graduação em matemática, física, computação e estatística.

Por Profa.  Cecília de Souza Fernandez

O estereótipo é um processo de significação e representação que toma como ponto de partida características “simples, vívidas, memoráveis, facilmente compreendidas e amplamente reconhecidas” de uma pessoa ou grupo social [1]. Em nossa sociedade, são inúmeros os estereótipos de gênero: “homem não chora”, “mulher dirige mal”, “azul é cor de homem”, “mulher fala demais”, “mulher não é boa em matemática”, entre outros.

Os efeitos de um estereótipo podem ser positivos no grupo dominante, mas reconhecidamente danosos nos dominados. Estudos sugerem que mulheres têm noção bastante clara de que, de um modo geral, são consideradas incapazes ou com capacidade cognitiva reduzida para cálculos matemáticos, raciocínio lógico e orientação espacial. Mesmo que elas possam ter a noção da falsidade dessas afirmações, cumprem a “profecia” que a sociedade faz a seu respeito e, de fato, não conseguem bom desempenho nessas atividades [2].

Fizemos uma coleta de dados para descrever a seleção de homens e mulheres em alguns cursos de graduação. Esses dados se referem ao ENEM 2017.

Nos dias 05 e 12 de novembro de 2017 ocorreu o Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, que é uma prova realizada pelo  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Seu resultado serve para acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras, através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), assim como em algumas universidades no exterior.

Segundo dados publicados em 27 de outubro de 2017 pelo Inep [3], mais de 6 milhões de pessoas realizaram o ENEM 2017.  Aproximadamente 58% dessas pessoas foram mulheres. Coletamos dados referentes à UFF (Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ), UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ), ENCE (Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro, RJ), UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG), UFAL (Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL), UFC (Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE), UFAM (Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM), UFG (Universidade Federal de Góias, Catalão, GO), UNB (Universidade de Brasília, Brasília, DF) e UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS).

Nas tabelas abaixo, observamos que a coluna denominada “total de candidatos selecionados” apresenta a soma dos candidatos selecionados nas faixas existentes pelo Sisu; a saber:

  • ampla concorrência;
  • candidatos com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos com deficiência que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, que tenham renda familiar bruta per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).
  • candidatos com deficiência que, independentemente da renda (art. 14, II, Portaria Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012);
  • candidatos com deficiência autodeclarados pretos, pardos ou indígenas que, independentemente da renda (art. 14, II, Poratira Normativa nº 18/2012), tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas (Lei nº 12.711/2012).

Para ler a pesquisa completa clique aqui.: meninas_minoria_matematica_areas_afins

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